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Conselho Tutelar e Ministério Público Noticam 1,3 Mil famílias em Bauru por Evasão Escolar

Em doze anos, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes foram incluídos ou retornaram ao ensino formal no Brasil. Mesmo assim, a evasão escolar ainda preocupa os educadores na medida em que prejudica o futuro intelectual e profissional dos menores fora da escola. Por isso, em Bauru, SP, escolas, Conselho Tutelar e Ministério Público trabalham em conjunto contra o problema, que só neste ano gerou a notificação de 1,3 mil famílias, 15% a mais do que no ano passado.


De acordo com uma lei criada no estado de São Paulo em junho de 2008, é dever da escola comunicar o Conselho Tutelar e o Ministério Público caso o aluno tenha um índice de frequência na escola abaixo de 75%. Se o ano letivo for de 200 dias, o aluno não pode faltar mais de 50 dias. “Fazemos um acompanhamento por bimestre para que não chegue no fim do ano a criança não estoure o número de faltas. Quando observamos que a criança não está vindo por mais de cinco dias nós vamos atrás da família para descobrir o que está acontecendo”, alerta a diretora de escola, Tânia Rodrigues.



A presidente do Conselho Tutelar de Bauru, Viviane Scarabelo, explica que o número representa um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Entre as causas, ela cita o bullying, que é a discriminação por parte dos colegas. “A criança ou adolescente que excedeu o limite de faltas, os pais recebem uma notificação e eles vão estar vindo até o Conselho Tutelar para serem orientados para a criança voltar à escola.



Se o problema não for resolvido mesmo depois da notificação, o Ministério Público é comunicado. Do começo do ano até agora, a promotoria da Infância e Juventude de Bauru já recebeu mais de 50 avisos de evasão escolar. “Cumpre aos pais zelar para a matrícula e frequência dos seus filhos à escola sob pena de responderem por crime de abandono intelectual. Podem responder criminalmente ou por infração administrativa com pagamento de multa que pode chegar até R$ 3 mil”, diz o promotor Lucas Pimentel.  



A dona de casa Maria Helena Tavares por pouco não perdeu a guarda de dois netos que moram com ela. Isso porque os meninos ficaram cinco meses sem ir à escola. O motivo segundo a avó foi à falta de vaga em uma instituição de ensino perto de casa. Ela fazia questão que as crianças de sete e de onze anos estudassem no mesmo bairro. “Estava correndo atrás de vaga, mas só tinha em locais diferentes. Não tinha como mandar um neto para cada escola. Eles ficavam em casa assistindo televisão e não sabia que poderia ser responsabilizada”, conta.



A avó foi notificada pelo Conselho Tutelar para ir até a escola dar explicações. Por coincidência, na mesma época os meninos conseguiram vagas em uma unidade próxima, mas agora, sofrem as consequências do longo tempo longe das salas de aula. “Está um pouco fraco porque eles pedem ajuda dos irmãos para aprender”, completa Maria Helena.



G1


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